18 dezembro 2005

Debate: Processo de Bolonha



E eis que após pouco mais de 2 meses de existência, o AGIR realiza o seu primeiro debate. Um debate que já ha muito andava a ser pedido pelos alunos para se esclarecerem acerca deste tão complexo assunto, mas que a comissão de festas, quer dizer, associação académica nunca deu importãncia.
Em perto de 2horas de debate discutimos as consequências do processo de bolonha vai ter na vida dos estudantes, e exploramos um pouco as causas que levaram à criação deste processo.

Com os poucos meios de que dispomos,mas com muita vontade, conseguimos em duas semanas organizar um debate com a presença de mais de 2 dezenas de alunos (mais do que algumas RGAs). Fica para a nossa imaginação o que a AAUM conseguiria fazer com todos os meios de que dispõe.

06 dezembro 2005

Debate Processo Bolonha



Debate
Processo de Bolonha

Com:
Manuel Carlos Silva
Prof. Sociologia

Daniel Martins
Estudante

Sala CP1 206
Quarta-Feira 14 de Dezembro, 17:00



De forma a alcançar os objectivos de harmonização e uniformização do Espaço Europeu do Ensino Superior, a Declaração de Bolonha propôs os seguintes objectivos: a competitividade do Sistema Europeu de Ensino Superior; a mobilidade e empregabilidade no Espaço Europeu; objectivos a atingir através de: a adopção de um sistema de graus comparável e facilmente inteligíveis, incluindo a aplicação do Suplemento de Diploma; a adopção de um sistema baseado essencialmente em dois ciclos, pré e pós-graduado; a promoção da mobilidade de estudantes, docentes, investigadores e outro pessoal; a cooperação na avaliação da qualidade; a dimensão europeia do ensino superior.
Para a sua concretização pretende-se implementar um sistema de dois ciclos, o graduado e o pós-graduado. O primeiro é equivalente à licenciatura ou bacharelato, mas ainda não tem designação definida, e em Portugal terá 3 anos, exceptuando no curso de medicina, e o segundo ciclo corresponde ao mestrado ou doutoramento com uma duração de 2 anos e 3 anos respectivamente. Este processo levará à degradação da formação superior por via da contracção da sua duração. A nossa opinião é que a duração das formações é função do nível de qualificação profissional que se pretende obter. Assim, a redução da duração da formação inicial para menos de 4 anos afectará necessariamente o nível de competências dos profissionais. Os cursos de três anos são uma ilusão, a preparação dos alunos portugueses quando saem do 12º ano é inferior à dos alunos belgas, italianos ou alemães. A insistência em adoptar as mesmas medidas educativas desses países pode resultar em problemas graves.
Teme-se, ainda que venha a substituir-se apenas a designação de graus, passando o novo mestrado a equivaler à antiga licenciatura, sem que tal corresponda efectivamente a uma mudança nem de paradigmas nem de concepção formativa.O processo encobre desígnios que visam diminuir o investimento na educação. Existe nestas intenções uma sujeição da Educação ao Mercado, precisamos de pensar a Declaração de Bolonha, que, a pretexto de construir um espaço europeu de Ensino Superior, dá passos na construção não propriamente de um "espaço", mas de um mercado europeu.