15 abril 2007

Abertura da Biblioteca do ICS JÁ!

A biblioteca do ICS continua encerrada. Este caso, já noticiado pelo Académico, poderia nos parecer um acontecimento esporádico e particular da nossa Universidade não fossemos atentar seriamente aos factos. O Governo efectuou este ano um dos maiores cortes no orçamento do Ensino Superior da nossa história recente, valores que ascendem aos 15%. A partir daí o movimento é vertical, o Governo apresenta as verbas a Universidade, a Reitoria repassa as diversas escolas que, confrontadas com os cortes, começam a despedir funcionários e ai temos o resultado; um espaço, que inaugurou a menos de um ano, dotado de todas as condições necessárias a uma melhor aprendizagem por parte dos alunos encerra portas definitivamente. Mas cabe a nós, estudantes, reflectir o que este caso exemplifica do Ensino Superior que nos vai sendo apresentado.
O Governo, ao mesmo tempo que adopta um discurso de inovação tecnológica, vai aplicando afoitamente um processo de depredação desta areá essencial da sociedade.
O processo de Bolonha vem desqualificar a formação com a redução dos anos lectivos, lançando os estudantes num mercado aonde o desemprego entre os jovens chega aos 16% e o trabalho precário quase aos 70%. Basta repararmos no recente caso de Direito de onde sairão os primeiros formados com o 1º Ciclo que não poderão, por imposição da ordem, exercer Advocacia, isto a acontecer em outros cursos lançará os estudantes num imperativo de realizar o 2º ciclo que, seja pelos números clausus seja pelo elevado valor das propinas, só será acessível a poucos. A isto junta-se o relatório da OCDE, citado já diversas vezes pelo ministro Mariano Gago, que vem sugerir a transformação das Universidades em fundações parcialmente financiadas pelo Estado mas geridas pelo sector privado o que tornaria ainda mais fácil o já presente despedimento de professores. Sem esquecer a já anunciada, pelo mesmo ministro, introdução de empréstimos bancários aos alunos carenciados em troca das Bolsas a fundo perdido a juntar a subida constante das propinas.
Conjuntamente a este desbarato pela vida académica dos alunos temos na nossa Universidade uma Associação Académica que vota em RGA NÃO a uma proposta de protesto, ainda que simbólico, contra o encerramento do ICS. Trata-se aqui de decidirmos que tipo de ensino queremos, um Ensino Superior que aceite as políticas liberais que só levam ao deteriorar das condições, aonde cada escola sufoca sozinha solapada pelos cortes orçamentais, aonde cada aluno sucumbe a uma lei económica que se diz fatalista ou lutamos por ensino Superior Publico, Universal e Gratuito aonde o Bem público é respeitado, aonde os alunos são vistos como valorização humana e não despesa supérflua, um ensino aonde os valores do saber e da razão falam mais alto. Por isso é preciso defender a Abertura da Biblioteca do ICS JÁ!

04 abril 2007

Estudantes criticam as políticas do governo e a actuação da AAUM.


“A defesa deve ser agora e aqui”March 23rd, 2007
Movimento AGIR contesta Associação Académica na RGA
O Movimento AGIR contestou, ontem na RGA, a Associação Académica da Universidade Do Minho. Conseguiu aprovar a moção que exigia a justificação de faltas para os participantes das RGA. O membro do grupo Adriano Campos exigiu mais intervenção por parte da associação acusando-a de “ ser conivente com o poder e irresponsável”, Adriano Campos insurgiu-se contra a política educativa do actual governo, contra os cortes orçamentais ao ensino superior e o financiamento por entidades privadas. “ Saio do ensino desqualificado, desempregado e com divida no banco”, acusou. O aluno acrescentou que cada vez mais “ as faculdades tornam-se em empresas e os estudantes em clientes”. “ Há duas soluções ou podem ficar parados ou exigimos um ensino gratuito e para todos. A defesa deve ser agora e aqui”, concluiu.
O mesmo defendeu Nuno Geraldes do movimento AGIR. Criticou a associação por ter aprovado uma moção na RGA e de não a terem cumprido a realização uma conferência de imprensa no primeiro dia do segundo semestre. O estudante dirigiu-se ao presidente da AAUM, Pedro Soares, pedindo-lhe que medidas ia realizar para além de “ser presidente da comissão de festas”.
Face as acusações, o membro da direcção da AAUM Eduardo Rodrigues respondeu que “ em vez de se preocuparem com fotocopias deviam ler melhor os relatórios”.
Já Pedro Soares explicou que o dever da Associação era defender a maioridade dos estudantes e não somente de grupos. No entanto agradeceu as moções que contribuem para mudanças. “ Perdemos tempo em guerrilhas quando o mais importante é resolver o problema”, afirmou.
O movimento composto por vários estudantes da Universidade apresentou duas moções na reunião geral de alunos. A primeira que previa uma manifestação contra o enceramento da biblioteca do Instituto ciências sócias (ICS) foi reprovada com 24 votos. A proposta apresentada por Ariana Meireles, que pedia a justificação de faltas para os participantes das RGA, foi aprovada por maioria.