27 fevereiro 2008

Professor sofre pressão para retirar blogue - Mais um caso de Censura na UM


Pedro Antunes Pereira
O Departamento de Sociologia da Educação da Universidade do Minho pressionou o professor Daniel Luís a encerrar dois blogues de humor que tinha na internet, por estes abordarem de forma sarcástica temas do quotidiano, que não poupava, por exemplo, professores e alunos.

Foi com esta notícia que o "Comum", jornal dos alunos do curso de Ciências Comunicação daquela unidade de ensino, que passa a ter uma periodicidade semanal, inaugurou anteontem sua edição em papel. No suporte online este jornal já existe desde 2005. O docente universitário explica, em entrevista ao "Comum", que a direcção do departamento considerava desprestigiante a imagem que os blogues forneciam dele próprio, do departamento e, acima de tudo, da universidade.O autor dos blogues "Dissidências" e "DissidênciasTV", que também continha vídeos de "sketches"por ele produzidos, alojados no portal do semanário "Sol", acrescenta ainda que os seus superiores justificaram a pressão por acharem que os assuntos tratados não representavam o que o departamento pensa, nem a sua profissão. Disseram-lhe, conta " Um professor universitário não pode ser escritor criativo nem humorista".

Daniel Luís revela que "foi proibido de participar em eventos ligados ao humor, apesar dos blogues serem um hobbie". O acatar da decisão é justificado pelo receio de perder o emprego.Segundo apurou o JN, o reitor da Universidade não se pronunciou ontem sobre a manchete do "Comum".

Ainda assim, Guimarães Rodrigues esclarece que essa é uma decisão da direcção do departamento e que a reitoria nunca foi chamada a intervir ou a tomar uma posição sobre o assunto.


http://jn.sapo.pt/2008/02/27/televisao/professor_sofrepressao_para_retirar_.html

http://sol.sapo.pt/blogs/dissidencias/

17 fevereiro 2008

UM não garante remunerações até final do ano





O reitor da Universidade do Minho (UM), António Guimarães Rodrigues, reiterou hoje a possibilidade de a universidade não garantir cerca de 70 por cento dos encargos com o subsídio de Natal. Na apresentação do relatório de actividades da UM relativo a 2007, Guimarães Rodrigues queixou-se do aumento da contribuição da UM para a Caixa Geral de Aposentações e do não cumprimento do Governo face ao peso que devia representar no orçamento para este ano.
As contas da UM traçam um cenário negro para 2008. Imagem: UM
Se as projecções da reitoria para o orçamento de 2008 estiverem certas, cerca de 70 por cento dos docentes e funcionários não vai receber o subsídio de Natal. Porém, a fazer fé nas palavras de Guimarães Rodrigues, "o cenário pode ser pior".Quanto às causas que levaram à insustentabilidade financeira da UM até final do ano, Guimarães Rodrigues apontou o dedo à contribuição da UM para a Caixa Geral de Aposentações, que este ano foi de 11 por cento (mais 3,5 pontos percentuais que no ano anterior), facto que não foi pesado no orçamento deste ano.Além disso, o Orçamento do Estado de 2008 transferido para a UM ficou aquém do esperado: as contas apontavam para um aumento de quase 12 por cento, traduzido em 6,7 milhões de euros; porém esse aumento ficou-se pelos 2,5 por cento, ou seja, cerca de 1,5 milhões de euros. Os cinco milhões deduzidos ao orçamento da academia minhota destinaram-se ao acordo de saneamento e coesão, que garante a sustentabilidade das instituições de ensino superior públicas.A juntar a esta subtracção nas contas do orçamento entram os cerca de 4,5 milhões de euros da UM, de garantia à componente nacional dos investimentos nos edifícios em construção, em 2007.Por tudo isto, Guimarães Rodrigues alerta: "Estão a hipotecar o futuro".

14/02/2008Alberto Miguel Teixeira in http://www.comumonline.com/index.php?option=com_content&task=view&id=649&Itemid=78