Vieram a público recentemente noticias sobre um relatório do Tribunal de Contas sobre as finanças da Universidade do Minho que revelou inúmeras irregularidades.
Em primeiro lugar o Tribunal de Contas assinala o desrespeito pela unidade de tesouraria do Estado pois a UM possui 29 contas bancárias, não foram feitas todas as entradas e pagamentos através do Instituto de Gestão da Tesouraria e do Crédito Público e não foram pagos ao Estado os juros das contas bancárias da banca comercial.
O Tribunal de Contas acusa também a instituição do pagamento ilegal de ajudas de custo e deslocações ao estrangeiro feitas por presidentes e vice presidentes de escola, chefes de divisão, directores de unidades de investigação e desenvolvimento no valor de 84 mil euros.
Mais grave ainda é o investimento ilegal em sociedades comerciais que têm causado prejuízo aos cofres da instituição. O Tribunal de Contas censura especificamente a entrada da UM no capital social de um verdadeiro clube de ricos onde têm participação os maiores grupos económicos de Braga compondo uma sociedade anónima de capital de risco onde estão representadas varias empresas da cidade como a AIminho, Bmcar/TLCI, Carclasse/Bragaparques e grupos de construção civil como Britalar, DST e ABB. Recorde-se que a Bragaparques é uma empresa envolvida em vários escândalos de corrupção e cujo administrador, Domingos Névoa, foi condenado.
Existem ainda despesas e pagamentos ilegais através do Fundo de meneio do gabinete do reitor que ascendem ao valor de 10 mil de euros referentes a 188 refeições sem justificação ou enquadramento legal e pagamento ilegal do subsidio de alimentação ao reitor no valor de 679 euros.
Sobre este assunto, o Governo nada disse, a Reitoria (obviamente) nada disse, os candidatos a Reitor nada disseram também e a direção da Associação Académica da Universidade do Minho fica calada. Todos eles são coniventes com este caso. Uns pelos seus actos e outros pelo seu silêncio.
A politica do Ministério da Ciência, Tecnologia e Ensino Superior é a de cortar cada vez mais no Orçamento de Estado para o Ensino Euperior para intencionalmente criar necessidades de financiamento que permitam abrir o ensino à privatização.
O AGIR, como grupo de alunos preocupado com o presente e o futuro da Universidade do Minho denuncia esta situação tendo em conta os graves problemas financeiros da instituição e as suas consequências para a vida da comunidade académica.
Durante esta semana levamos a cabo uma campanha de denuncia perante comunidade académica desta situação, visto que os representantes dos estudantes, os poderes estabelecidos na universidade e o Governo não o fazem.
Esperamos ainda que estes acontecimentos tenham consequências reais, responsabilizando os seus autores, exigimos também que a Reitora, o Conselho Geral, a AAUM e o Governo se pronunciem publicamente e assumam uma posição clara sobre este assunto.
Movimento Agir (Agrupamento de Intervenção e Resposta)