17 novembro 2007

França: cresce a mobilização contra a lei Pécresse


Os estudantes franceses voltam a mobilizar-se, desta vez contra a lei da autonomia universitária aprovada pelo governo Sarkozy em Agosto, que acusam de promover a crescente privatização das universidades, o aumento das propinas e o risco de as empresas começarem a mandar nas faculdades. Já há cerca de 30 universidades bloqueadas pelos estudantes e pequenas manifestações realizaram-se ontem em Rennes, Toulouse, Lille, Perpignan, Aix-en-provence, Caen, Nancy e Paris.
Numa tentativa de apaziguar os estudantes, a ministra do Ensino Superior, Valérie Pécresse, autora da polémica lei, anunciou um aumento de verba para a habitação estudantil. Bruno Julliard, dirigente da Unef, declarou que a medida é de bom augúrio, apesar de insuficiente. "A primeira lição é que os estudantes têm razão de se mobilizar. Devem prosseguir e ampliar a mobilização para obter novas concessões." Julliard disse que cerca de 10 mil estudantes participaram já de assembleias gerais nas universidades.
O sindicato dos professores universitários Snesup acusou o governo de pôr em causa a própria ideia de um serviço público universitário democrático nos seus fins e na sua organização, e exigiu a retirada da lei.
Ontem, novas universidades decidiram o bloqueio total ou parcial: Paris X-Nanterre, Pau, a faculdade de ciências em Caen. Montpellier 2 votou o bloqueio a partir de hoje, e Lyon II, a partir de segunda-feira. Paris I (Tolbiac), ocupada na quarta-feira, foi fechada administrativamente pela reitoria.
As universidades de Rouen, uma parte de Tours, Nantes, Aix-Marseille I, Toulouse-II, Lille I e III, Rennes II, o departamento de letras de Caen, permanecem bloqueadas.
Grenoble, Metz e Brest votaram greve sem bloqueio. Outras universidades como Paris VI, Paris XII, Marne-la-Vallée, Nancy II, Nîmes, Strasbourg II, Evry, Besançon votaram o apoio ao movimento mas as assembleias não aprovaram bloqueio ou greve. Em Montpellier III, a assembleia aprovou a participação na manifestação convocada para 20 de Novembro ao lado dos funcionários.
Em Paris, mais de 500 jovens fizeram uma manifestação com faixas onde se lia "CPE on t'a eu, Pécresse on t'aura" (algo como "Derrotámos o CPE, vamos derrotar Pécresse"), "Retirada da lei Pécresse, solidariedade estudantes trabalhadores".




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