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Tendo em conta que, durante o seu sistemático ataque ao ensino superior público, o Governo tem realizado grandes cortes no financiamento dos estabelecimentos de ensino, o orçamento destes acaba por ficar fragilizado, já que dele é dependente, juntamente com a quantidade monetária proveniente dos pagamentos das propinas. Contudo, este orçamento do Estado depende, de forma incompreensível, do sucesso escolar dos alunos que frequentam o estabelecimento de ensino.
O Governo tenta, assim, fazer duas coisas: fingir combater o insucesso escolar, manipulando as estatísticas e não atacando a sua verdadeira origem, e pressionar ainda mais os alunos até à exaustão, não permitindo que a sua experiência no ensino superior seja plena num sem número de actividades extra-curriculares, que são um complemento essencial da sua realização pessoal (como exemplos, apontamos o activismo, a música, o teatro).
Por outro lado este insucesso escolar é indissociável das próprias condições periclitantes do ensino em Portugal, com um dos ratios mais baixos da união europeia de professor por aluno, falta de condições pedagógicas, não existência de materiais, propinas muito altas e uma população cada vez mais empobrecida.
Não podemos tolerar que o ensino seja tratado como uma engrenagem numa máquina de produção de mão-de-obra barata e formatada sem que haja espaço para que nos possamos cultivar enquanto indivíduos.
O ensino deve ser um espaço de aprendizagem não apenas de conteúdos académicos, mas também de experiências de vida em si, num espaço de criação e de uma cultura de espírito crítico que se desenvolve no meio circundante. Não deve ser nunca reduzido à obtenção de créditos.
É necessária uma escola superior diferente.
Podes consultar aqui o regulamento de prescrições da UM.
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