19 maio 2009

Tomada de posse dos membros externos do conselho geral da UM

O Conselho Geral é mais um passo para a privatização do ensino superior, que vem no seguimento da implementação do RJIES.  Este novo órgão vem retirar representatividade aos estudantes em prol de membros externos que, como o nome indica, não pertencem à universidade e cujos únicos interesses no contexto da universidade são os seus e dos sectores que representam. No Conselho Geral, os elementos externos têm maior representatividade que os estudantes e pessoal não docente juntos. 


João Salgueiro é um dos membros externos, todos eleitos por unanimidade. E ele, que representa o sector responsável pela maior crise financeira dos últimos 80 anos, é posto a gerir uma universidade pública. Não queremos que João Salgueiro traga a gestão que levou a banca à falência para a nossa universidade. Não queremos também o departamento de informática a trabalhar para as empresas de António Pacheco Murta. A crise internacional é a prova de que o sector privado apenas procura o lucro, sem olhar a meios para atingir os seus fins. 


Nos últimos anos temos nos deparado com uma redução violenta do financiamento do ensino superior por parte dos sucessivos governos, para hoje ser dito que o sector público não sabe gerir o ensino superior e, portanto, deve ser entregue a privados. Não se pode gerir bem sem meios. As propinas surgiram através da mentira de uma melhoria de qualidade no ensino superior. Hoje vemos as propinas a pagar o funcionamento das universidades, o que suporta a demarcação do governo no financiamento destas. 


Queremos um ensino democrático, público, gratuito e de qualidade e não universidades subjugadas a interesses privados.

12 maio 2009

Comunicado sobre intimidação a alunos da Universidade do Minho

Durante esta semana, o movimento AGIR esteve presente nas residências universitárias a apelar aos alunos para participarem em plenários para abordarmos os problemas relativos às residências, bolsas e acção social.

Uma colega nossa que vive na Lloyd recebeu telefonemas de seguranças da residência gritando com ela por ter sido vista com elementos do movimento e dizendo que não se poderia fazer nenhuma reunião com alunos da residência Lloyd sem expressa autorização de Carlos Silva, director dos serviços de acção social da UM.

Essa nossa colega foi mais tarde foi abordada por uma funcionária que a avisou de que deveria reunir com urgência na próxima Segunda-feira, ou o mais tardar Terça de manhã, para uma reunião com a Dra. Luísa do departamento de alojamento e bolsas sem que a informassem de qual é o assunto “urgente” a tratar.

É já prática corrente da reitoria, AAUM e dos SASUM o uso da intimidação para calar os alunos que querem expor livremente os seus pontos de vista.

Cinco dias depois da comemoração dos 35 anos do 25 de Abril, a revolução que derrubou a ditadura salazarista, os mesmos métodos, a mesma lei do silêncio, do medo, da limitação de direito a reunião do tempo da velha senhora continuam a fazer regra na UM. Não querem que os alunos reunam, discutam e pensem por si.

Não nos deixaremos intimidar, como não o irá deixámos noutras alturas, visto que esta perseguição ao movimento AGIR e a todos os que levantam vozes críticas é prática corrente na UM. A reunião na residência realizar-se nem que para isso tenhamos que as fazer à porta das mesmas.

Mais, quando ouvimos falar em inquéritos persecutórios a colegas do secundário numa escola de Fafe por parte do Ministério da Educação, assim como três estudantes de Penacova que presentemente cumprem 20 horas de serviço comunitário, após uma manifestação na escola, julgamos que estes são sinais do tempo.

Queremos respostas claras:
− da AAUM, passam indiferentes mais uma vez a esta situação?
− da Reitoria, impedem ou não os estudantes de se reunirem nas residências?
− do Ministro da Ciência, Tecnologia e do Ensino Superior (MCTES), aceita e compactua com este modus operandis da UM?

Denunciaremos todas as pressões e actos autoritários à Provedoria da Justiça, à Procuradoria Geral da República, bem como a todos grupos parlamentares, ao Presidente da Assembleia da República e ao MCTES.

A situação do Ensino Superior em Portugal é negra: são a desvalorização das licenciaturas via Bolonha; são propinas absurdas que levam milhares de estudantes a abandoná-lo ou a pedir ajuda ao Banco Alimentar; as residências decrépitas de utilidade e em estado policial e securitário constante; bolsas que não chegam para nada e ainda são trocadas por empréstimos; orçamentos de estado que põem as universidades em estado de ruptura financeira permanente e instrumentalizadas pelo mercado. Estes são apenas exemplos maiores da destruição levada a cabo pelos sucessivos governos do Ensino Superior Público e nos últimos 4 anos pelo Governo PS/Sócrates.

O AGIR continuará na frente pela defesa do ensino superior público, universal, gratuito, de qualidade e DEMOCRÁTICO.