Alguns alunos da Universidade do Minho (UM) manifestaram, ontem, o seu descontentamento face à forma como o processo Bolonha está a ser implementado na academia, e também face ao elevado custo das propinas no segundo ciclo. O protesto ficou marcado pela fraca adesão. Os alunos queixam-se das poucas explicações por parte dos órgãos superiores e acreditam que, com esta actividade, vão “obter alguma resposta por parte da Reitoria”, avançou Adriana Santos, aluna do primeiro ano do segundo ciclo de Ciências da Comunicação (CC) e uma das responsáveis pela manifestação.
O nosso mestrado não é integrado, por isso é que estamos a pagar este valor dos 1375 euros”, referiu Adriana Santos, revoltada com toda esta situação, já que “nunca ninguém explicou porque é que o mestrado da licenciatura de Ciências da Comunicação não pode ser integrado e por que é que os dos outros cursos, que existem na UM, são integrados”, acrescentou a estudante.
Adriana Santos considera que para acabarem com o descontentamento dos alunos minhotos, os responsáveis “podiam baixar esse valor [da propina de mestrado], já que repentinamente fomos obrigados a pagar essa soma avultada”. A também delegada de turma sabe que “nem todos os alunos têm possibilidades económicas para suportar esse custo”. “Não podemos ser meros bonecos que têm de acarretar medidas de cima”, protestou.
Santos disse, ainda, que caso os alunos queiram desistir do mestrado têm de “pagar 948 euros de propinas para ter acesso à carta de curso e ficar legalmente licenciados”. Tal é considerado pela aluna “uma estupidez”.
No entanto, a estudante explicou que a direcção de curso (CC) “sempre tentou salvaguardar as expectativas dos alunos e encontrar a melhor solução para todos”. Apesar disso, todas as “propostas que foram colocadas em cima da mesa acabaram por não poder prosseguir”. “A última proposta que tentaram foi que o mestrado fosse integrado e foi recusada”, rematou a estudante.
Ainda assim, a aluna da academia minhota acredita que o “espírito de Bolonha é algo bom, mas não da forma como foi aqui implementado”.
Manifestação marcada por fraca adesão
A manifestação convocada pelos alunos de Ciências da Comunicação contou com a presença e o apoio do Agrupamento de Intervenção e Resposta (AGIR) da UM. Ainda assim, a adesão foi baixa. Adriana Santos acha tal facto “uma situação inconcebível”. Deste modo, a aluna não sabe “até que ponto há moral para exigir se as pessoas não estão aqui a lutar”. A aluna considera que a fraca adesão deve-se ao “comodismo” dos alunos.
A Associação Académica da Universidade do Minho (AAUM) também não esteve presente na manifestação. Adriano Campos, aluno do terceiro ano de Sociologia, considera que “passaram dois anos e a AAUM foi irresponsável para com os alunos”. A “associação académica sabe os problemas que Bolonha acarreta”, pois foram “aprovadas em inúmeras Reuniões Gerais de Alunos moções de protesto em relação ao processo de Bolonha”.
O estudante declarou, ainda, que a associação da academia minhota tem tido “um papel de deixar andar, de ‘vamos ver’, ‘mandamos cartões ao ministro’”. “Nos momentos essenciais, em que os alunos se juntam e querem ver a sua vida resolvida, a AAUM está mais preocupada em comemorar os 30 anos da instituição - foi isso o que nos responderam”.
Segundo o aluno da licenciatura de Sociologia, “o movimento AGIR tenta criar o espaço que a AAUM não nos dá”. “Fomos completamente solidários com esta concentração, por acharmos que representa o desagrado e os problemas que os alunos têm vindo a enfrentar”.
“Bolonha é, no fundo, vender gato por lebre. Os alunos vão pagar mais para ter o mesmo e ainda mais problemas”, conclui o estudante, para quem o governo de Sócrates “não tem tido a mínima consideração para com os alunos, seja a nível de estudos, seja a nível de financiamentos”.
21/12/07Cidália Barros
Adriana Santos considera que para acabarem com o descontentamento dos alunos minhotos, os responsáveis “podiam baixar esse valor [da propina de mestrado], já que repentinamente fomos obrigados a pagar essa soma avultada”. A também delegada de turma sabe que “nem todos os alunos têm possibilidades económicas para suportar esse custo”. “Não podemos ser meros bonecos que têm de acarretar medidas de cima”, protestou.
Santos disse, ainda, que caso os alunos queiram desistir do mestrado têm de “pagar 948 euros de propinas para ter acesso à carta de curso e ficar legalmente licenciados”. Tal é considerado pela aluna “uma estupidez”.
No entanto, a estudante explicou que a direcção de curso (CC) “sempre tentou salvaguardar as expectativas dos alunos e encontrar a melhor solução para todos”. Apesar disso, todas as “propostas que foram colocadas em cima da mesa acabaram por não poder prosseguir”. “A última proposta que tentaram foi que o mestrado fosse integrado e foi recusada”, rematou a estudante.
Ainda assim, a aluna da academia minhota acredita que o “espírito de Bolonha é algo bom, mas não da forma como foi aqui implementado”.
Manifestação marcada por fraca adesão
A manifestação convocada pelos alunos de Ciências da Comunicação contou com a presença e o apoio do Agrupamento de Intervenção e Resposta (AGIR) da UM. Ainda assim, a adesão foi baixa. Adriana Santos acha tal facto “uma situação inconcebível”. Deste modo, a aluna não sabe “até que ponto há moral para exigir se as pessoas não estão aqui a lutar”. A aluna considera que a fraca adesão deve-se ao “comodismo” dos alunos.
A Associação Académica da Universidade do Minho (AAUM) também não esteve presente na manifestação. Adriano Campos, aluno do terceiro ano de Sociologia, considera que “passaram dois anos e a AAUM foi irresponsável para com os alunos”. A “associação académica sabe os problemas que Bolonha acarreta”, pois foram “aprovadas em inúmeras Reuniões Gerais de Alunos moções de protesto em relação ao processo de Bolonha”.
O estudante declarou, ainda, que a associação da academia minhota tem tido “um papel de deixar andar, de ‘vamos ver’, ‘mandamos cartões ao ministro’”. “Nos momentos essenciais, em que os alunos se juntam e querem ver a sua vida resolvida, a AAUM está mais preocupada em comemorar os 30 anos da instituição - foi isso o que nos responderam”.
Segundo o aluno da licenciatura de Sociologia, “o movimento AGIR tenta criar o espaço que a AAUM não nos dá”. “Fomos completamente solidários com esta concentração, por acharmos que representa o desagrado e os problemas que os alunos têm vindo a enfrentar”.
“Bolonha é, no fundo, vender gato por lebre. Os alunos vão pagar mais para ter o mesmo e ainda mais problemas”, conclui o estudante, para quem o governo de Sócrates “não tem tido a mínima consideração para com os alunos, seja a nível de estudos, seja a nível de financiamentos”.
21/12/07Cidália Barros