17 junho 2007

A luta estudantil cresce no Brasil!


Depois da ocupação da reitoria da Universidade de São Paulo a 5 de Junho...
Blog do movimento de ocupação da USA

...os estudantes das Universidades de Espirito Santo e Rio de Janeiro juntam-se à luta.

Dia 15 de Junho - Estudantes ocupam a reitoria da UFRJ

Os estudantes da ufrj, nesta quinta-feira, ocuparam a reitoria da Universidade Federal do Rio de Janeiro (ufrj). A ocupação é um protesto contra o Reuni (Programa de Apoio a Planos de Reestruturação e Expansão das Universidades Federais, versão legal do "Uninova") e a reforma universitária.

Os estudantes exigem da reitoria uma audiência pública em que seja discutida uma pauta específica que inclui, entre outras reivindicações, a implantação do restaurante universitário, conhecido como ?bandejão?, a ampliação do transporte universitário e melhorias nos alojamentos dos alunos.

Segue abaixo o manifesto da ocupação:

Manifesto dos estudantes ocupados na reitoria da UFRJ

Movimento de ocupação da reitoria da UFRJ

Não é de hoje que a educação pública vem sendo sucateada no país. A partir da década de 90, os sucessivos cortes de verba têm precarizado cada vez mais as suas condições de ensino. O governo Lula, ao contrário do que muitos esperavam, vem aprofundando os ataques à educação desde o início do seu primeiro mandato. O projeto de Reforma Universitária encaminhado ? e em grande parte já aprovado via medidas provisórias ? se choca com a concepção de universidade pública, gratuita, de qualidade e com autonomia para produção de conhecimento crítico voltado para a redução das desigualdades sociais. Ou seja, é um projeto que privilegia a expansão do ensino privado em detrimento do ensino público.

Para coroar este processo antidemocrático o governo assinou em final de abril deste ano o decreto-lei do Reuni. Passando por cima do princípio da autonomia universitária, o governo institui a criação de cursos de três anos (bacharel em ciências da matemática e da natureza, bacharel em humanidades, etc.), contratação precarizada de professores e a instituição de uma variante da odiada aprovação automática que obriga as universidades a aprovarem pelo menos 90% de seus alunos ou perderem suas verbas. Isso tudo com o aumento de apenas 20% das verbas já destinadas às universidades. Só depois de completar estes bacharelados genéricos os alunos entrarão de fato em um curso de graduação, mas sua escolha estará condicionada ao seu desempenho nesta fase preliminar.

Na UFRJ, a implementação deste projeto tem sido feita a toque de caixa, sem qualquer debate com a comunidade acadêmica ? alunos, professores e funcionários. Por conta disso, os estudantes da UFRJ realizaram um ato no Conselho Universitário, exigindo um amplo processo de discussão no próximo semestre. Diante do descaso do conselho em relação às exigências dos alunos, foi decidida, em assembléia, a ocupação da Reitoria.

Reivindicamos:

Não ao Reuni! Por um amplo processo de discussão no próximo semestre.

Pela conclusão das obras do Bandejão do Fundão! Por bandejões em todos os campi.

Reforma e ampliação do alojamento estudantil da UFRJ.

Pela expansão e reajuste das bolsas estudantis.

Transporte interno mais freqüente e entre os campi.

Pela paridade nos órgãos colegiados.

Todo apoio à greve dos servidores e às ocupações estudantis em defesa da universidade pública!

Pela manutenção dos espaços dos Centros Acadêmicos do Centro de Ciências da Saúde.

Reforma e ampliação das Bibliotecas!

Contra a Reforma Universitária! Por uma universidade pública, gratuita e de qualidade!

Por tudo isso, nós, estudantes ocupados, exigimos uma audiência pública com o reitor Aloísio Teixeira. Convocamos todos os estudantes, professores e técnicos-administrativos a se unirem a nós em defesa da educação pública.

Notícia-Indymedia Brasil


Dia 15 de Junho - Estudantes ocupam reitoria da UFES

Cerca de 200 estudantes ocuparam ontem, 15 de junho, pela manhã a Reitoria da Universidade Federal do Espírito Santo, reivindicando a construção de uma moradia estudantil no campus.

Os/as estudantes manifestam seu repúdio à Reforma Universitária e a conseqüente privatização da Universidade. Projetos complementares da Reforma como o ProUni, a Lei de Inovação Tecnológica, o Universidade Aberta do Brasil (Ensino à Distância), o REUNI e o Universidade Nova também estão na pauta dos protestos.

A situação da assistência estudantil na UFES é precária, assim como na quase totalidade das Universidades Públicas brasileiras. Estudantes carentes não têm condições de concluir seus cursos por conta dos gastos que têm durante o período da graduação. O novo campus que será construído em São Mateus, interior norte do ES (parte do programa REUNI), não conta com Moradia Estudantil e Restaurante Universitário em seu projeto, estrutura indispensável, principalmente tratando-se de um campus no interior do Estado.

Não há perspectiva de desocupação. Os/as estudantes estão dispostos a resistir até que sua pauta de reivindicações seja atendida. O Reitor da Universidade, Rubens Sérgio Rasseli, não se encontra no campus.

Notícia-Indymedia Brasil

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